Minha querida Conceição Evaristo,
É com profunda admiração e inspiração que me dirijo a você, a primeira mulher negra a ser aclamada como a intelectual brasileira do ano pelo prestigioso prêmio Juca Pato. Sua conquista transcende a esfera individual; ela é a materialização de uma visão audaciosa e a promessa de um futuro que anseia por equidade, equilíbrio e união entre todos os povos e comunidades da língua portuguesa.
Você não é apenas uma intelectual notável, mas também uma visionária cuja obra e trajetória refletem o profundo compromisso com a justiça social, a inclusão e a celebração da diversidade. Ao longo de sua carreira, suas palavras – simultaneamente sábias e simples – têm sido um eco poderoso para aqueles que há muito tempo foram silenciados e marginalizados.
Seus escritos, permeados pela rica herança cultural afro-brasileira, iluminam os corações e mentes de leitores em todo o mundo, oferecendo uma perspectiva única e valiosa.
Sua escolha como a intelectual brasileira do ano não é apenas um reconhecimento merecido, mas um chamado à ação. É a afirmação de que a intelectualidade não deve ser monopólio de poucos, mas uma dádiva compartilhada por todos. É a promessa de que a literatura e o conhecimento podem ser uma força unificadora, capazes de transcender fronteiras geográficas e culturais. Isso faz de ti Conceição Evaristo, uma inspiração de cidadania.
Nós, que testemunhamos sua jornada brilhante, vemos em você não apenas uma figura icônica da literatura contemporânea, mas um farol que nos orienta para um futuro mais justo e equilibrado. Um futuro onde as vozes antes marginalizadas se erguem em coro, onde a cultura afro-brasileira é celebrada como parte essencial da identidade nacional e onde todas as comunidades de língua portuguesa se unem em uma sinfonia de compreensão e respeito mútuo.
Conceição, sua conquista é a promessa de uma nova era, de uma nova cidadania, onde as palavras são as ferramentas da transformação social, onde a literatura é o espelho de nossa humanidade compartilhada e onde a união e a equidade são os pilares de nossa convivência. Seu legado será lembrado como o catalisador de uma mudança profunda e duradoura na sociedade, onde todos, independentemente de sua origem, são convidados a participar na construção de um mundo mais inclusivo e compassivo.
E, ao olharmos juntos o céu de Paracatu, em um momento de profunda contemplação,
— lembrando o Fli Paracatu, comandado por nosso querido Afonso Borges e seu compromisso com a promoção da literatura e da cultura – nos sentimos contribuindo ativamente na construção do panorama intelectual e cultural do Brasil e do mundo.
Em um segundo: eu, você e o céu de Paracatu. Não apenas um momento, mas um legado de determinação, criatividade e visão que moldará as gerações vindouras.
Com a mais profunda gratidão e esperança.
José Manuel Diogo
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