Um Renascimento em Outubro, no lugar mítico da minha Alma Mater: Coimbra

Coimbra, a cidade que me acolheu e me formou, torna-se neste outubro o berço de uma nova consciência: a cidadania da língua.

Língua que é do mundo, mas que encontra suas raízes nesta cidade milenar, onde os alicerces da educação e da cultura lusófona foram solidamente construídos. A Universidade de Coimbra, nossa alma mater, sempre foi mais do que uma instituição; é um farol de conhecimento, iluminando os caminhos da língua portuguesa pelo mundo.

Reivindicamos a língua como nossa identidade e como nossa responsabilidade coletiva. Ela é mais do que uma coleção de palavras e regras gramaticais; é um ecossistema vivo de expressões, sentimentos e história.

Mas para que essa língua seja realmente uma cidadã do mundo, ela deve ser inclusiva e plural, aberta ao novo sem esquecer suas origens. É aqui, neste outubro de renovação, que apelamos à celebração da diversidade linguística, reconhecendo todos os falantes da língua portuguesa como cidadãos de uma mesma pátria imaterial.

Que neste outubro, em Coimbra, possamos semear a tolerância e o entendimento, valorizando não apenas o que é dito, mas também o direito inalienável de dizê-lo.

Que a cidadania da língua não seja um privilégio, mas um direito; não seja um dever, mas uma paixão. Que ela seja a poesia que nos une, a prosa que nos desafia e o diálogo que nos fortalece.

Vivemos com um pé em cada lado do Atlântico, mas nossa língua é a ponte que nos une. Sejamos, então, os arquitetos dessa ponte, cuidando dela com o respeito e o amor que só quem entende o poder das palavras pode ter.

E que Coimbra, a nossa eterna casa intelectual, seja o ponto de partida para essa jornada, agora e sempre.

Este é o nosso manifesto, nascido na terra e no tempo certos, para uma cidadania da língua que nos pertence, mas que pertence ao mundo.

Em nome da língua que amamos, aqui estamos. E aqui sempre estaremos.