Para onde olhamos, Lilia Schwarzc e eu?
Olhamos para o tempo, onde passado e futuro dançam num mesmo compasso. Eu, com as páginas que ligam o Atlântico, ela, com os fios que tecem as histórias deste chão.
Olhamos para os livros, 200 vozes que sussurram independências, trazendo o grito do ontem ao eco do agora. Ela os interpreta, com os imortais olhos de quem sabe, eu os celebro, como quem planta sempre para colher.
Olhamos juntos para as raízes, ora fincadas, ora arrancadas, onde o Brasil e Portugal se tocam num solo de palavras imortais.
Entre rios de histórias, navegamos
rumo ao que é comum e ao que é único.
Olhamos, Lilia e eu, para o mesmo horizonte,
onde a língua nos guia como vento em velas.
E juntos sonhamos um caminho onde cultura não é ponte, mas terra, onde o que nos une não precisa atravessar.
E ao olhar para cima, vemos o que já foi e o que pode ser: um abraço de histórias compartilhadas, um futuro de páginas por escrever.
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