Donald Trump parece quer ser mais do que um presidente normal e seus opositores acusam-no de quer ser um governante absoluto.
Em sua nova investida política, Trump desafia os freios e contrapesos do sistema americano, tentando subordinar instituições à sua vontade e ameaça transformar a presidência em um trono.
O confronto entre sua ambição e a resistência das instituições será o maior teste para a estabilidade dos Estados Unidos nas próximas eleições.
Seus opositores o acusam de corroer as bases da federação ao desmontar alianças e aparelhar o Judiciário. Ele responde com promessas populistas de limpeza e reconstrução. Mas a história ensina que líderes que tentam governar por decreto, minando a independência dos poderes, frequentemente deixam um rastro de caos institucional. Franklin Roosevelt assinou mais de 3.700 ordens executivas, mas tinha o Congresso ao seu lado. Trump, por outro lado, parece querer uma presidência imperial, na qual a legalidade seja secundária frente à sua vontade.
Seus métodos são conhecidos: lealdade cega acima da competência, humilhação como ferramenta de poder e um desdém explícito pelas instituições. O Departamento de Justiça, sob sua administração, se tornou uma extensão de seus interesses, e sua visão de política externa é menos sobre diplomacia e mais sobre transações. Ele quer renegociar tarifas, impor sua versão de justiça e dobrar instituições internacionais à sua vontade. O risco? A ruína da ordem global que garantiu décadas de estabilidade.
“O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.”
Lord Acton
Há, no entanto, uma força que pode detê-lo: o próprio sistema americano. Trump pode tentar dobrar as instituições, mas sua sobrevivência depende da resistência do Congresso, do Judiciário e, acima de tudo, dos cidadãos. O temor da maioria silenciosa não deve ser o homem em si, mas o precedente que ele estabelece. O que acontece quando a democracia se torna um jogo de vontades? O que acontece quando a verdade institucional é substituída pela verdade pessoal de um líder?
O destino de Trump ainda está aberto. Se vencer, pode tentar concluir sua transformação da América em um regime de exceção. Se perder, pode deixar um movimento ainda mais radicalizado e disposto a desafiar a legitimidade democrática. Mas uma coisa é certa: o que está em jogo não é apenas um mandato presidencial, mas a própria ideia de República.
Donald Trump nunca escondeu seu desejo de governar como um monarca moderno. Seu retorno à política é um testemunho de sua obsessão pelo controle absoluto. O artigo do The Economist revela como sua visão de poder ameaça o equilíbrio constitucional dos Estados Unidos. Trump não apenas ignora os freios e contrapesos da democracia, mas transforma o aparato estatal em um instrumento de sua vontade pessoal. O alerta que esse comportamento impõe não é sobre um indivíduo, mas sobre a fragilidade institucional diante da erosão progressiva da democracia.

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