São Paulo, minha querida, ao celebrarmos teus tantos anos, é inevitável fazer esta DR sobre nois. Uma relação de amor, desafios e descobertas. Com humor e sagacidade, vejo-te como uma amiga que nunca dorme, sempre fervilhante, caldeirão de culturas e sonhos.

Recordo-me de como te percebia nos meus primeiros anos, palimpsesto urbano, sobre humano e incomensurável, onde cada rua, cada edifício, cada grafite nas paredes contava histórias de lutas e conquistas.

Via-te como uma obra de arte em constante evolução, um quadro impressionista onde cada pincelada reflete um aspecto da vida brasileira.

No teu caos, sempre encontrei poesia; no teu bulício, a sinfonia da modernidade. És um palco de encontros inesperados, um lugar onde os sonhos de todos parecem convergir. A tua garoa, ora amena ora insistente, é como um lembrete de que, na incerteza, reside a beleza.

Vejo em ti a afirmação da fé no trabalho e no progresso. Cada novo edifício, cada empreendimento, é uma prova da tua inesgotável energia. E apesar da tua velocidade estonteante, onde até o passado parece apressado, sempre encontrei momentos de calma nos teus parques, nas tuas artes, na tua gastronomia.

Agora, ao olhar para trás, vejo que cada passo nas tuas ruas foi um verso numa longa poesia. Cada esquina, uma estrofe de uma canção que nunca termina. Tu és mais do que uma cidade; és um estado de espírito, um coração que bate forte no peito do Brasil.

São Paulo, ao discutirmos nossa relação de 450 anos, só posso dizer que meu amor por ti só cresce.

Neste aniversário, celebro-te não apenas como uma metrópole, mas como uma amante profundo e eterno.

Que muitos mais anos venham, e que nossa relação continue a florescer em meio a esta louca e maravilhosa dança que é viver em teu seio.

É big, é big. É hora, é hora.