Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi um dentista, tropeiro, minerador e um dos principais líderes do movimento da Inconfidência Mineira, uma revolta contra o domínio colonial português no Brasil no final do século XVIII. Ele se tornou um símbolo nacional e um mártir pela causa da independência do Brasil.

Tiradentes nasceu em 12 de novembro de 1746, na Fazenda do Pombal, entre São José (hoje Tiradentes) e São João del-Rei, no estado de Minas Gerais. No entanto, ele passou a maior parte de sua vida na então Capitania de Minas Gerais.

A Inconfidência Mineira foi inspirada pelas ideias iluministas e pelos movimentos revolucionários na América e na França. A revolta foi uma resposta à opressão econômica imposta pela Coroa Portuguesa, que cobrava altos impostos dos mineradores de ouro da região. A Coroa estabeleceu um sistema de quinto, onde um quinto (20%) de todo o ouro extraído deveria ser pago como imposto. A imposição de uma derrama, ou seja, uma cobrança de impostos atrasados, também contribuiu para a insatisfação da população.

Tiradentes uniu-se a outros conspiradores, incluindo intelectuais, militares e membros da elite, como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. O objetivo do grupo era estabelecer um governo republicano independente no Brasil, com a cidade de São João del-Rei como capital, a criação de universidades e o fim da escravidão.

Infelizmente, o movimento foi delatado por um traidor antes que pudesse ser executado. Em 1789, Tiradentes e outros membros da Inconfidência Mineira foram presos e julgados. Tiradentes assumiu a maior parte da responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte. Ele foi enforcado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, e seu corpo foi esquartejado, com partes dele sendo exibidas em diferentes cidades de Minas Gerais para servir de exemplo aos demais.

Apesar da Inconfidência Mineira não ter sido bem-sucedida, o movimento teve um papel importante na história do Brasil. O exemplo de Tiradentes e seu sacrifício pela independência do país inspiraram futuras gerações de brasileiros. Hoje, ele é lembrado como um herói nacional, e o dia de sua execução, 21 de abril, é um feriado nacional chamado “Dia de Tiradentes”.

Uma falta de educação

Tiradentes não estudou na Universidade de Coimbra, em Portugal, como alguns outros membros do movimento da Inconfidência Mineira. Na verdade, Tiradentes tinha uma educação mais informal e limitada quando comparada a outros líderes da revolta, como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, que receberam educação formal em instituições europeias, incluindo a Universidade de Coimbra.

Tiradentes, em vez disso, adquiriu conhecimentos práticos e habilidades diversas ao longo de sua vida, atuando como dentista, tropeiro e minerador. Sua liderança no movimento e sua capacidade de articular e defender as ideias da Inconfidência Mineira, mesmo sem uma formação educacional formal, são evidências de sua inteligência e habilidade política.


Embora a educação menos formal de Tiradentes possa ter desempenhado algum papel na forma como ele foi percebido e tratado pelas autoridades durante o julgamento, outros fatores também contribuíram para ele ser o único condenado à morte entre os inconfidentes.

Assumir a responsabilidade: Durante o processo judicial, Tiradentes assumiu a maior parte da responsabilidade pelo movimento, alegando ser o líder e idealizador da conspiração. Isso pode ter levado as autoridades a considerá-lo o principal culpado e, portanto, a aplicar a pena de morte como um exemplo.

Status social: A maioria dos outros membros da Inconfidência Mineira pertencia à elite local, incluindo intelectuais, militares e membros da alta sociedade. Tiradentes, no entanto, não possuía um status social tão elevado. Essa diferença de status pode ter influenciado o tratamento desigual no julgamento e na aplicação das penas.

Fatores políticos: O governo português queria fazer um exemplo de Tiradentes para desencorajar futuras revoltas. Executar o líder aparente do movimento e exibir partes de seu corpo em várias cidades de Minas Gerais serviu como um aviso severo para outros que considerassem desafiar a autoridade colonial.

Apoio e influência: É possível que outros conspiradores tivessem conexões ou influência que lhes permitiram evitar a pena de morte. Tiradentes, por outro lado, pode não ter tido o mesmo apoio ou recursos para garantir uma sentença mais branda.

Portanto, é provável que a educação menos formal de Tiradentes tenha sido um dos fatores que contribuíram para sua condenação à morte, mas outras questões sociais, políticas e pessoais também desempenharam um papel importante na sua tragédia