As ruas, seus olhos dançando sobre as fachadas coloridas das casas. olhando as ruas, um mosaico vermelho e branco, azul e marfim, e elas pareciam dançar sob o azul profundo do céu. O bairro de Balat é um poema pintado em cores vivas e um livro de histórias ainda por contar.
Seus olhos foram atraídos por uma casa. Destoava no esquema de cores vermelho e branco. A porta de ferro forjado, as varandas de madeira, as cortinas brancas tremulando na janela da casa azul vizinha, tudo parecia ter sido cuidadosamente escolhido para contar uma história. Como a mulher empurrando um carrinho de compras, cada pedra, cada cor, cada janela, tinha seu lugar e seu propósito.
Do outro lado da rua, António João movia-se como um peixe contra a corrente, sua presença discreta em meio à colorida tapeçaria de Balat. Seu olhar era distante, como se estivesse perdido em pensamentos. Cada passo que dava parecia espelhar os passos de Maria Sabina, um eco invisível de sua dança pelas ruas de Balat.
Perto dali, duas mulheres conversavam animadamente, seus risos agudos rompendo a melodia serena da rua. Eles estavam encostados em um carro coberto por lonas, totalmente alheios à dança silenciosa de dois amantes desencontrados.
Enquanto isso, um homem passeava tranquilamente com seu cão, como se o tempo tivesse parado para eles. E em algum lugar no meio do movimento, entre os carros que passavam e os passos dos pedestres, um pequeno sinal se destacava. “KE” e uma série de elipses, um enigma não resolvido, uma frase não terminada.
O céu, serenamente azul e pontilhado de nuvens brancas, parecia observar tudo, o silencioso espectador de um drama ainda por se desenrolar. E assim, em meio à vibrante cena de rua de Balat, os caminhos de Maria Sabina e António João cruzaram-se e desviaram-se mais uma vez, um eco silencioso de seus corações desencontrados.
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