A luz diáfana da manhã mostra-se ao meu olhar prometendo calor e claridade. Traz embalo de fotão, balanço de candela, swing de ansilumen e outras badaladas energéticas que não me atrevo a convocar. É que é muito cedo ainda.
Bocejo. Num espreguiço estico o corpo e, antes de o guindar à vertical, atinge-me uma manobra eletrónica do destino, vestida de citação. Tenho uma sensação de vertigem, quase apocalíptica.
Em texto luminoso, uma frase no meu inbox, desnudava -me por inteiro:
”As únicas pessoas que me agradam são as que estão loucas: loucas por viver , loucas por falar, loucas por salvarem-se” – Jack kerouac”
Torço o torso e num crossover de alavanca “mastroerectome” na cama. Olho demoradamente para a frase do escritor americano que escolheste para me dizeres boa noite e percebo, pela primeira vez completamente, o tamanho da aventura em que nos metemos.
“Como é que sabes que a única eu desejo é salvar-me?”
Lisboa, 23 Maio 2017
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