O Retorno do Rei do Reality Show Político


Foi o momento que Trump imaginava desde que deixou a Casa Branca – provavelmente sentado em seu resort dourado na Flórida, entre um jogo de golfe e um cheeseburger. Às 2h24 da manhã, no dia 6 de novembro, ele entrou em um salão de baile na Flórida, cercado por amigos, familiares e uma quantidade quase assustadora de chapéus vermelhos. “América nos deu um mandato poderoso”, ele declarou, o que provavelmente significa que alguém finalmente concordou com ele sem discutir.

Aos 78 anos, Trump alcançou o que nem mesmo Hollywood ousaria imaginar: o “reboot” político mais dramático desde… bem, desde ele mesmo. A campanha, resumida por uma frase digna de adesivo de caminhão – “Max out the men and hold the women” – focou nos temas favoritos de Trump: imigração e economia, com um toque extra de “o que quer que mantenha o Twitter ocupado”. Quem precisa falar de saúde pública quando você pode falar sobre construir muros?

Se Trump é o rei do comeback ou só um especialista em reality shows, isso cabe aos historiadores decidirem. Enquanto isso, ele já está provavelmente planejando sua próxima temporada.



E Trump, como um grande maestro da discórdia, trouxe de volta o caos – mas com estilo. Ele ignorou acusações criminais (afinal, quem precisa de um histórico limpo quando você tem um histórico quente?) e transformou o palco político em algo que nem mesmo Netflix poderia competir. Foi como assistir à terceira temporada de um reality show que ninguém pediu, mas todo mundo assistiu.

E como ele fez isso? Ele balançou a Geórgia, derrubou a “Blue Wall” e ainda teve tempo de conquistar o coração de uma nova geração de latinos. Ah, e claro, esmagou a concorrência interna do Partido Republicano como se fossem coadjuvantes de um episódio qualquer.

No fim das contas, talvez Trump tenha descoberto a fórmula mágica para ganhar eleições: mantenha todos distraídos com drama suficiente, e ninguém vai perceber que a economia ainda está um caos. Se fosse um filme, seria algo entre Game of Thrones e The Apprentice. E, sejamos honestos, no fim das contas, Trump sempre soube que sua maior arma não era política, mas entretenimento. Afinal, como competir com um homem que pode fazer até uma acusação criminal parecer uma oportunidade de marketing?


Comentários

Comente

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Conecte-se com a nova era das relações entre Portugal e Brasil.

+

Agenda de eventos exclusivos

Histórias de sucesso e oportunidades de negócio

Artigos publicados na imprensa internacional

Conteúdos literários, sugestão de livros

Acesso a palestras em condições especiais