O mercado financeiro não perdoa bravatas: a aposta de Donald Trump no fortalecimento do dólar e no aumento dos rendimentos dos títulos do governo colapsou, expondo os limites de uma economia conduzida por impulsos políticos.
“A economia pode ser imprevisível, mas a arrogância sempre tem preço.”
A grande aposta de Donald Trump no fortalecimento do dólar e no aumento dos rendimentos dos títulos do governo americano está desmoronando. O que parecia uma estratégia certeira para impulsionar a economia e demonstrar força nos mercados financeiros está agora sendo reavaliado como um movimento desastroso. A promessa de um “boom” econômico impulsionado por tarifas protecionistas e um dólar mais forte acabou gerando exatamente o oposto: um enfraquecimento da moeda americana e uma queda nos rendimentos dos títulos do governo.
“A arrogância é uma forma de burrice. Alguma modéstia, mesmo falsa, sempre vale a pena.”
Paulo Nogueira Batista Jr.
O fenômeno, apelidado de Trump trades, foi aclamado por investidores que acreditavam que suas políticas de impostos e tarifas trariam um novo ciclo de crescimento sustentado. Mas a realidade econômica não se dobra à retórica política. O mercado já absorveu os impactos negativos das tarifas sobre o comércio global e a incerteza sobre a inflação, minando a confiança que antes impulsionava o dólar e os títulos. A resistência da economia americana não conseguiu blindar a fragilidade de um plano econômico baseado na ilusão de controle absoluto sobre os mercados.
Os defensores da política econômica de Trump ainda argumentam que a reversão dessas apostas não significa fracasso, mas uma correção temporária. No entanto, os números falam mais alto do que qualquer discurso. Com investidores fugindo de ativos americanos e buscando alternativas, o sonho de um dólar imbatível se dissolve.
Se há uma lição nesse episódio, é que a economia global não é um jogo de apostas políticas, e o populismo econômico tem limites. A confiança dos mercados se constrói sobre fundamentos reais, não sobre slogans.
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