Super Mario e o Monopólio da Nostalgia


A Nintendo domina um trunfo raro na indústria: o monopólio da nostalgia. Seus personagens não são apenas marcas, são memórias vivas, cuidadosamente preservadas e comercializadas. Enquanto outros estúdios arriscam em novas narrativas e mecânicas, a Nintendo joga seguro, reciclando suas fórmulas de sucesso. Super Mario Bros. ainda dita as regras dos jogos de plataforma, mas quantos novos personagens tiveram a chance de brilhar nos últimos 20 anos?

Há 40 anos, um encanador bigodudo mudou a história dos videogames. Mario não apenas salvou a Nintendo, mas redefiniu o próprio conceito de jogabilidade, tornando-se um dos maiores ícones da cultura pop. Mas há uma pergunta incômoda nessa comemoração: será que Mario impulsionou a inovação ou a engoliu?

“A tradição não é guardar as cinzas, mas manter viva a chama.” 

Jean Jaurès

O sucesso estrondoso do filme Super Mario Bros. (2023) e dos parques temáticos Super Nintendo World reforça esse ciclo. O apelo nostálgico mantém Mario relevante, mas também asfixia a experimentação. Se os grandes estúdios continuam apostando nas mesmas franquias de sempre, quem ousará criar o próximo Super Mario Bros.?

Mario merece seu trono. Mas, se a inovação foi o segredo de seu sucesso, talvez o maior desafio da Nintendo seja ter a coragem de reinventá-lo — ou, quem sabe, abrir espaço para um novo protagonista.


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