O César que escreve estas linhas não é o mesmo que lê.
Um sonha em silêncio, o outro fala em ecos. César busca no céu um mapa, enquanto eu procuro significados nas dobras do tempo. Ele acredita no futuro como um sopro de eternidade; eu, apenas no instante que respira. César vive para o começo de algo maior, e eu tento traduzir seus gestos em palavras que caibam na palma da mão.
Se o céu é a página onde ele desenha o que há de vir, eu sou apenas a sombra de sua ambição, observando, em reverência, as estrelas que ainda não conheço. Ele espera que o amanhã o transforme; eu, que ele permaneça.
No fim, talvez sejamos um só. Ou talvez o futuro nos separe, César e eu.
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