Escorrega-nos por entre os dedos, amarelece o branco dos tectos, grafita as memórias, planta salitres nos sopés das paredes e dores das costas e nos joelhos.
Não caminha. Nem corre. Mergulha picado em cada segundo terminal. Gota de água em ferro quente. Vapor latente, instante mortal.
Ele voa, voa, voa, vooooaaa.
Dele desejo apenas aquela fração feliz em que tudo fora irresponsável e belo e mais que perfeito. E tu nascias.
Apenas eu pudesse e não seria o bolor do inverno capaz de postular bolhas na cal branca, ácida e fresca das primaveras.
O tempo voa. Quebrada águia imperial de legiões sem César. Leão desdentado sem pressa. Sem presa. Quase sem ar.
O tempo voa. Não sabe pousar.