Foram um dia brancas, abertas ao sol,
hoje pendem em sombras de um tempo já ido.
Na secura dos dias, no vento que rola,
resta a memória de um perfume esquecido.
No cálice inclinado, a última dança,
um suspiro de vida em pétalas murchas.
Cinzas do tempo, herança da espera,
raízes suspensas na curva da terra.
Se o efêmero pesa, também nos liberta,
o teu fim me ensina a nova primavera.

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