Manifesto do Amor que Resiste

Hoje, o primeiro Dia dos Pais sem o meu pai, Manuel, o mundo amanheceu com um silêncio diferente.

É um silêncio que não é vazio — é feito de memória, de gestos que ainda ecoam, de conselhos que continuam a trabalhar dentro de mim como se o tempo não tivesse passado.

No lugar onde ele estaria, estou eu, pai do Diogo, da Carolina e do meu pequeno Manuel, carregando um nome que agora é também herança e missão.

Sei que, quando os meus filhos olham para mim, não procuram apenas o pai — procuram o elo, o guardião da história que começou muito antes deles nascerem.

Mas o amor nem sempre caminha em chão limpo. Às vezes, a vida levanta muralhas, e a alienação parental tenta cortar os fios invisíveis que ligam corações. É contra essa escuridão que luto — não com ódio, mas com a força calma do amor que aprendi com o meu pai. Um amor que não cede, não desiste, não aceita ser exilado.

Prometo aos meus filhos que estarei sempre no lugar onde eles possam me encontrar: no abraço que espera, na palavra que consola, no exemplo que guia.

Prometo que a memória do avô Manuel não será apenas recordação, mas luz acesa nas nossas conversas, nas nossas brincadeiras, nas histórias que inventamos antes de dormir.

Hoje, descubro que a verdadeira herança que recebi é esta: o amor como resistência.
E é essa herança que passo adiante, inteira, sem faltar uma parte.

Primeira foto tirada pelo Manuel Maria

Porque nada — nem a morte, nem a distância, nem a injustiça — é maior do que o amor que nos fez e nos mantém de pé.


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