Para o meu filho Manuel
Tu não estás —
e, no entanto, és tudo o que habita.
Estás no gesto que não faço,
na palavra que não digo,
na espera que não confesso.
És perto, mesmo longe.
O som da estrela que ainda não nasceu,
e rebrilha no céu dos meus olhos;
a árvore que dorme no caroço da fruta,
sem saber quando será.
Está em ti tudo o que não mente.
e em mim, um vazio cheio do teu nome.
Meu filho
Somos ponte antes de abismo,
água antes da sede.
Amor, quando parece ausência.
mesmo quando parece nada.
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