Lembra-se do que aconteceu na Finlândia com a Nokia? A empresa quando quebrou quase quebrava o país. Será que o mesmo pode acontecer agora na Dinamarca por causa do Ozenpik?
“O maior perigo em tempos de turbulência não é a turbulência em si, mas agir com a lógica do passado.” – Peter Drucker
A ascensão meteórica da Novo Nordisk é um caso clássico de sucesso empresarial impulsionado pela inovação e pelo mercado global.
Com o Ozempic, medicamento inicialmente destinado ao tratamento da diabetes, mas rapidamente adotado para a perda de peso, a farmacêutica dinamarquesa viu seu valor de mercado disparar. Em determinado momento, a empresa ultrapassou o PIB de seu próprio país, um feito impressionante, mas que levanta uma questão delicada: até que ponto o crescimento exponencial de uma empresa pode se tornar um risco para a economia de um país?
A dependência econômica de um único setor ou empresa não é um fenômeno novo. O exemplo da Nokia na Finlândia serve como um alerta. No auge de sua influência, a gigante dos celulares representava uma parcela significativa do PIB finlandês. No entanto, sua queda com a ascensão dos smartphones não apenas derrubou a empresa, mas arrastou consigo uma fatia considerável da economia nacional.
O que ficou conhecido como “Efeito Nokia” expôs a vulnerabilidade de países que apostam todas as suas fichas em uma única companhia ou setor.
A história se repete na Dinamarca? Ainda não, mas os sinais de alerta estão aí. Se um simples resultado clínico decepcionante pode despencar o valor de mercado da Novo Nordisk em bilhões, é legítimo perguntar: a Dinamarca está se tornando refém de sua maior empresa? E, mais importante, como evitar que um eventual tropeço da gigante farmacêutica se transforme em uma crise econômica nacional?
A solução para esse dilema não passa por frear o crescimento dessas corporações, mas sim por garantir que o ambiente econômico não dependa exclusivamente delas. Diversificação é a chave. A inovação deve ser fomentada em diversas áreas, impedindo que um único setor tenha um peso desproporcional no desenvolvimento econômico.
O caso da Novo Nordisk reflete um dilema que muitos países enfrentam no mundo globalizado: como equilibrar o sucesso de gigantes corporativos sem colocar a economia nacional em risco? A resposta está na capacidade de aprender com o passado e construir políticas que garantam um crescimento sustentável, sem criar “impérios” cuja queda possa arrastar países inteiros consigo.
Comente