Desde pequeno que olho para a nação irmã do outro lado do atlântico, com ânsia de lhe pertencer. O Brasil, principalmente a sua cultura, traduzia-se, a meu ver, numa forma mais aberta e exótica de ser e estar no mundo.
Mais tarde, quando finalmente conheci o país e fui aos poucos fazendo dele o meu lar, fiz minha essa maneira de ser, que antes me tinha fascinado.
Aprendi que nada no amor é caso para vergonha; descobri que podemos cantar em público, mesmo sem saber cantar; Passei a abraçar toda a gente de quem gosto…
“O Brasil ensinou-me a não guardar nenhum amor dentro de mim. Porque semente sem vaso certamente não vai germinar.“
O Brasil é o lugar pioneiro no pensamento e inovação em uma área do conhecimenro mais importante que a tecnologia ou educação, mas que muitos descuidam: o amor.
Há medida que absorvia cada vez mais o Brasil e ele se entranhava em mim, não pude deixar de o comparar com outros lugares que já conhecia. Pensei na forma como as mães e os pais beijam os filhos em Portugal, os amigos se cumprimentam na Alemanha, ou como os amantes passeiam nas ruas de Inglaterra.
Enquanto crescia, e mesmo depois de ter filhos, foi-me raro ver um pai português a beijar um filho ou a dizer que o amava. No entanto, na terra que agora também é minha, todos os dias pais e mães entregam a seus filhos (e os filhos a seus pais) sonoros ” te amo” .
O Brasil ensinou-me a não guardar nenhum amor dentro de mim. Quando era criança a voz da Gal Costa, no genérico da novela Gabriela, abriu a porta ao mundo que viria a habitar-me.
Sendo pai já sabia amar como um brasileiro. Por isso estou eternamente agradecido.
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