Do ar ao mar

A odisseia começa num crepúsculo de arrependimento, sob o peso de uma fama que lhe parecia cada vez mais uma armadilha do que um presente. No auge de sua carreira televisiva, uma insatisfação profunda corroía seu ser. O brilho das câmeras e os aplausos do público, outrora fontes de alegria, haviam se transformado em ecos vazios que não mais alcançavam as profundezas de sua alma. Era como se, no meio do ruído incessante da fama, ele tivesse perdido a capacidade de ouvir a sua própria voz.

Numa certa noite, o mar agitado refletia o tumulto interno de Ruben. Foi então que a lembrança de Atlântida, a lendária ilha ancestral de harmonia e sabet, invadiu seus sonhos. Inicialmente, ele interpretou-os como mera fantasia, uma fuga da realidade. Mas, com o tempo, percebeu que eles eram, na verdade, um chamado para a descoberta de seu verdadeiro eu.

Decidido a seguir esse chamado,  abandonou a carreira na televisão, deixando para trás o estigma para embarcar numa viagem diferente. Essa decisão não foi sem dor. O arrependimento inicial de abandonar a carreira das luzes foi quase sufocante. Contudo, conforme navegava pelas águas desconhecidas de sua própria jornada interior, começou a perceber que cada onda enfrentada o aproximava mais da pessoa que ele realmente era.

Sua busca o levou a essa ilha, pequena nos mapas, mas única em seu coração. Lá, inspirado pela sabedoria perdida de Atlântida, abriu um restaurante singular. Não era um estabelecimento comum; era um lugar onde cada prato servido era uma celebração da vida, um convite para que os visitantes também embarcassem em suas próprias viagens interiores.

Com o tempo, Ruben entendeu que a verdadeira Atlântida não estava nem submersa em algum ponto remoto do oceano, nem ao vivo para milhões de pessoas, mas sim vivia dentro dele.

O Mercado da Vila  tornou-se no seu farol de autoconhecimento, atraindo outras almas em busca de significado. E, enquanto ajudava outros a encontrar seu caminho, Ruben descobriu a paz.

A fama da televisão, que ele trocou por uma vida em Atlântida, salvou-o de uma existência superficial. Nela encontrou alegria na simplicidade, na conexão humana e na beleza de viver em harmonia com o seu verdadeiro eu. E, embora nunca ainda não tenha  voltado para o mundo da televisão, sua história se espalhou muito além das ondas do mar, inspirando todos aqueles que ouviam o chamado de suas próprias Atlântidas interiores.

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